quarta-feira, 7 de abril de 2010

A aliança - Trecho do livro "As mentiras que os homens contam"



Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De
qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise
brasileira, o apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande
aventura do homem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições
da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à
mesma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca
será o dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode
esperar algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe
um pneu. Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha
contra o macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jangal dos seus
sonhos de infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não
funcionaria, resignação e reticências... Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o
carro, trocou o pneu e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou
pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele deu um passo para pegar a aliança do asfalto,
mas sem querer a chutou. A aliança bateu na roda de um carro que passava e voou para
um bueiro. Onde desapareceu diante dos seus olhos, nos quais ele custou a acreditar.
Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no carro e seguiu para casa. Começou a
pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena. Ele entrando em casa e
respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
- Você não sabe o que me aconteceu!
- O quê?
- Uma coisa incrível.
- O quê?
- Contando ninguém acredita.
- Conta!
- Você não nota nada de diferente em mim? Não está faltando nada?
- Não.
- Olhe.
E ele mostraria o dedo da aliança, sem a aliança.
- O que aconteceu?
E ele contaria. Tudo, exatamente como acontecera. O macaco. O óleo. A aliança
no asfalto. O chute involuntário. E a aliança voando para o bueiro e desaparecendo.
- Que coisa - diria a mulher, calmamente.
- Não é difícil de acreditar?
- Não. É perfeitamente possível.
- Pois é. Eu...
- SEU CRETINO!
- Meu bem...
- Está me achando com cara de boba? De palhaça? Eu sei que aconteceu com
essa aliança. Você tirou do dedo para namorar. É ou não é? Para fazer um programa.
Chega em casa a esta hora e ainda tem a cara-de-pau de inventar uma história em que
só um imbecil acreditaria.
- Mas, meu bem...
- Eu sei onde está essa aliança. Perdida no tapete felpudo de algum motel. Dentro
do ralo de alguma banheira redonda. Seu sem-vergonha!
E ela sairia de casa, com as crianças, sem querer ouvir explicações.
Ele chegou em casa sem dizer nada. Por que o atraso? Muito transito. Por que
essa cara? Nada, nada. E, finalmente:
- Que fim levou a sua aliança?
E ele disse:
- Tirei para namorar. Para fazer um programa. E perdi no motel. Pronto. Não tenho
desculpas. Se você quiser encerrar nosso casamento agora, eu compreenderei.
Ela fez cara de choro. Depois correu para o quarto e bateu com a porta. Dez
minutos depois reapareceu. Disse que aquilo significava um crise no casamento deles,
mas que eles, com bom-senso, a venceriam.
- O mais importante é que você não mentiu pra mim.
E foi tratar do jantar.
***

terça-feira, 6 de abril de 2010

Boa Tarde caros leitores, vamos logo direto ao assunto onde no qual me despertou uma certa revolta, na manhã de hoje 06/04/2010 a CEMAR divulgou com esse comunicado que vocês estão olhando acima, que iria ser paralisado o funcionamento do serviço elétrico na área do Anjo da Guarda, por esse motivo tivemos que ligar para todos nossos alunos para poder vos avisar que não iria haver aula pelo turno matutino, para nossa surpresa não faltou energia nenhuma, fiquei sem dar aula, e o mais importante sem ganhar o dinheiro dessa (hora - aula), absurdo isso que acontece.

atenciosamente...